terça-feira, 24 de maio de 2011

As crianças estão a perder força física

As crianças de 10 anos tinham há uma década mais massa muscular e eram mais fortes do que as crianças que têm hoje a mesma idade. O principal factor responsável é terem deixado de brincar ao ar livre.


As crianças de hoje têm menos força do que há dez anos as da mesma idade. É a conclusão de um estudo realizado na Universidade de Essex, no Reino Unido que avaliou o grau de força física das crianças de 10 anos e o comparou com crianças da mesma idade que cresceram nos anos 90. 
O facto de as actividades ao ar livre terem progressivamente deixado de ocupar tanto o tempo das crianças é uma das razões apontadas para o facto de não conseguirem hoje fazer tantos exercícios abdominais como há 10 anos conseguiam com a mesma idade. Além disso também não conseguem pendurar-se durante tanto tempo em espaldares. De um modo geral, concluiu-se, as crianças de 10 anos têm hoje menos massa muscular do que as crianças de 10 anos que viveram há uma década. 
O estudo envolveu 315 crianças de 10 anos em 2008 cujos dados foram comparados com os de 309 crianças da mesma idade em 1998. 
Brincar na rua, que incluia actividades como subir às árvores, pendurar-se em cordas ou saltar muros, deixou de ser possível para muitas crianças o que reflecte no seu desenvolvimento físico nomeadamente ao nível da força e massa muscular. Apesar da relação peso-altura ser idêntica, a verdade é que as crianças de hoje não conseguiram ultrapassar desafios que há uma década eram simples para uma criança de 10 anos. 
Os autores do estudo consideram que não basta avaliar o peso das crianças ou o seu Índice de Massa Corporal. A sua forma tem de ser avaliada também por outros parâmetros, como a força e massa muscular. Alertam também para o facto de a preocupação com a segurança das crianças estar a impedi-las de se exercitarem e desenvolverem de forma saudável. 
Os resultados do estudo foram divulgados no jornal Acta Pediátrica.


O Lanche das Crianças

Não come pão, não gosta de fruta, leite nem vê-lo! Perante esta cenário, os pais enchem a lancheira com guloseimas, batata fritas, bolachas ou folhados, opções ricas em gorduras saturadas, sal, açúcar e conservantes. Não acha que está na altura de mudar?

As refeições a meio da manhã e da tarde, na escola, são os momentos certos para recarregar as baterias e fornecer ao organismo os nutrientes que o cérebro necessita para se manter atento e dinâmico. Nas escolas públicas do pré-escolar e do primeiro ciclo, e inserido no Programa do Leite Escolar, é assegurada a distribuição diária e gratuita de 1 porção (200 ml) de leite às crianças. É saudável e tem as doses certas de açúcar e cacau. Em muitas escolas, a fruta também faz parte da ementa dos lanches da manhã ou da tarde.
O problema começa quando eles dizem: «não gosto» ou «não quero». Em resposta, os pais põem na lancheira alternativas mais calóricas: guloseimas, salgados, bolachas, refrigerantes. Aparentemente inofensivos e bastante consensuais, estes alimentos aumentam a ingestão de gordura saturada, sal e açúcares reduzindo a vitalidade necessária para o desenvolvimento e crescimento físico e mental, diminuindo os níveis de concentração, memorização e aprendizagem.
Por outro lado, na escola, há ofertas muito apelativas aos olhos, mas nem sempre as mais saudáveis. Apesar de as cantinas terem à disposição iogurtes, fruta, leite, pão de mistura, a verdade é que são os bolos, as batatas fritas e os salgados a desaparecer das vitrinas. E com os próprios pais a liberar o consumo regular de produtos menos equilibrados, não há forma de contrariar os impulsos.
Pelo contrário, se os pais orientarem os filhos nas suas escolhas alimentares, seguindo as recomendações simples para uma alimentação equilibrada e um lanche saudável, o cenário poderá mudar e o «não gosto» deixará de ser argumento.


Alimentos aliados do sucesso escolar
Existem alimentos essenciais que garantem a ingestão adequada de nutrientes indispensáveis ao rendimento escolar. As combinações são inúmeras, mas o essencial vai estar sempre lá. Pedir a colaboração das crianças na escolha do lanche é uma boa estretégia. Por um lado estamos a educá-las para uma alimentação saudável, por outro a co-responsabilizá-las pelas opções tomadas. É entre destes grupos de alimentos que devemos escolher aqueles que vão compor os lanches:



  • LacticíniosFonte de cálcio, importante para a formação óssea; Ricos em proteínas e de elevado valor biológico com minerais e vitaminas. Origem: leite, iogurte de preferência meio-gordo; queijo fresco, curado, fundido ou requeijão




  • Cereais integrais Fonte de vitaminas e minerais; fibras solúveis (em conjugação com a água do leite melhora o funcionamento intestinal); hidratos de carbono complexos. Onde encontrar: Pão escuro; Unidoses de cereais de pequeno-almoço com cereais integrais




  • Fruta Alimentos ricos em nutrientes protetores reguladores das funções vitais e com propriedades antioxidantes como a fibra, vitaminas e sais minerais. Onde encontrar: Variar a fruta da época; Salada de fruta; Frutos secos




  • Hortícolas Têm poucas calorias e muitas fibras. Apresentam ação protetora graças ao beta-caroteno, folato, vitamina C, cálcio, ferro e potássio. Onde encontrar: Folhas de alface; Tomate; Pepino; Cenoura




  • Bebidas Um correto aporte hídrico é essencial para regular a temperatura corporal, regular o metabolismo. Optar por bebidas pouco açucaradas, de forma a reduzir a ingestão de açúcar. Onde encontrar: Água; Sumos naturais de fruta ou vegetais (sem adição de açúcar); Sumos 100 por cento e néctares (mínimo 50 por cento de teor de fruta); Infusões de ervas aromáticas bem frescas


    Adolescentes portugueses são dos mais gordos da OCDE
    O problema da obesidade infantil é real e afecta cada vez mais crianças portuguesas. O último relatório da UNICEF adverte que os adolescentes portugueses são dos mais gordos da OCDE. A alimentação errada ¿ rica em gorduras e açúcares - e o sedentarismo estão na génese dos números e a tendência continua a aumentar. Aprender o quanto antes, e com a ajuda dos pais, a escolher os alimentos mais saudáveis é meio caminho andado para, quando forem autónomos, os mais novos conseguirem fazer as opções mais correctas e mais saudáveis.

    In: http://www.mae.iol.pt/criancas/alimentacao-lanche-obesidade/1250495-5539.html em 24/05/2011