domingo, 16 de outubro de 2011

Portugueses sentem-se cansados e com falta de energia

Resultados do estudo analisados pela endocrinologista Isabel do Carmo Emprego, falta de exercício físico e alimentação pouco saudável fazem com que metade dos portugueses sintam cansaço e falta de energia, dá conta um estudo realizado em 14 países europeus, ao qual a agência Lusa teve acesso.

Em Portugal, o estudo decorreu entre 16 e 29 de Novembro e contou com a participação de 500 indivíduos com idades entre 25 e 65 anos.
Em declarações à agência Lusa, a endocrinologista Isabel do Carmo, que analisou os resultados do estudo, revelou que, “o objetivo do estudo foi avaliar como é que as pessoas se sentem na vida quotidiana em relação à sua saúde, forma de estar, postura, estado mental e quais as razões que atribuem a algum mal-estar que têm”.

O estudo também apurou que 47% da população portuguesa sente-se cansada ou com falta de energia. Os principais motivos apontados pelos inquiridos são o emprego (62%), falta de exercício físico (54%) e alimentação pouco saudável (44%).

A endocrinologista chama atenção para o facto de estas pessoas serem jovens adultos (grupo etário com mais de 55 anos representa só 7% dos inquiridos) e, eventualmente, sem doenças, queixarem-se de cansaço (58%), falta de energia e de não terem tempo livre.

Para os inquiridos, praticar mais exercício físico (52%), ter mais tempo para si próprio (50%) e comer de forma mais saudável (44%) seriam as três principais formas de aumentar o sentimento de equilíbrio emocional e de saúde.

De acordo com Isabel do Carmo, este estudo é um “alerta" e “teremos que ver se estas pessoas poderão ter falta de alguns nutrientes (vitaminas e sais minerais) e se isso lhes pode melhorar um pouco todas as queixas que têm". A mesma especialista acrescentou ainda que, “numa vida quotidiana em que as pessoas estão sujeitas a stress e a esforço, a alimentação saudável e o exercício físico terão que ser formas de compensação”.

ALERT Life Sciences Computing, S.A

Dieta rica em gordura e açúcares nos primeiros anos de vida pode afetar QI

Estudo publicado no “British Medical Journal”


Uma dieta rica em gorduras e açúcares durante os primeiros anos de vida pode afetar o desenvolvimento de quociente de inteligência (QI) das crianças, revela um estudo divulgado no “British Medical Journal”.

Estas conclusões foram baseadas nos dados de um estudo que avaliou 14 mil crianças nascidas no Reino Unido, entre 1991 e 1992, e que pretendia fazer o acompanhamento a longo prazo da saúde dos participantes. Para o estudo, os pais responderam a questionários detalhados sobre o tipo de comida e bebida que os filhos comeram no terceiro, quarto, sétimo e oitavo ano de vida.

As crianças foram submetidas periodicamente ao teste de inteligência Wechsler, que revelou que aquelas cuja dieta era pouco saudável tinham um QI mais baixo. Foi verificado que os padrões de alimentação entre os quatro e os sete anos não tiveram impacto sobre o nível de inteligência das crianças, mas sim o tipo de dieta entre os zero e os três anos.

Segundo o estudo, citado pela agência Lusa, os especialistas advertem que esses estudos sugerem que "os efeitos cognitivos relacionados com os hábitos alimentares no início da vida podem persistir mesmo se fosse alterada a dieta". No entanto, os especialistas afirmam que estes resultados são "modestos" e recomendam novas pesquisas para entender melhor o efeito sobre a inteligência que pode ter um determinado tipo de dieta numa idade avançada.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

Gravidez: dieta pouco saudável tem impacto a longo prazo na saúde da criança

A adoção de uma dieta pouco saudável durante a gravidez aumenta o risco de a criança vir a sofrer de diabetes tipo 2, um fator que contribui para o desenvolvimento de cancro e doenças cardiovasculares, sugere um estudo publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”.


ALERT Life Sciences Computing, S.A


In: http://www.obesidade.online.pt/images/stories/dieta_na_gravidez.pdf

Já está perfeitamente estabelecido que fatores ambientais interagem com os genes ao longo da vida, afetando a expressão desses mesmos genes e, consequentemente, a função dos tecidos e o risco de doença. A dieta durante os períodos críticos de desenvolvimento, como acontece durante os nove meses da gravidez, tem sido apontada como um desses fatores ambientais. A epigenética, que se refere a modificações do ADN que regulam a expressão de um gene, tem sido sugerida como a responsável por estes efeitos.

Contudo, ainda não se sabe ao certo qual o mecanismo que controla a interação entre a dieta adotada durante a gestação e a expressão de certos genes nos bebés, durante a vida adulta.

Estudos anteriores já haviam indicado que o gene Hnf4a desempenha um papel importante durante o desenvolvimento do pâncreas e, mais tarde, na produção de insulina. Desta forma, os investigadores da University of Cambridge, no Reino Unido, colocaram a hipótese de a dieta adotada durante a gravidez influenciar a expressão deste gene mais tarde na vida, e consequentemente, o risco de diabetes. Para testar esta teoria os investigadores liderados por Susan Ozanne utilizaram um modelo animal, onde a alteração do conteúdo proteico da dieta da mãe durante a gravidez conduzia ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 nas crias, na idade adulta.

O estudo revelou que a expressão do gene Hnf4a é regulada pela dieta materna através de modificações epigenéticas do ADN. Adicionalmente, foi também constatado que uma dieta pobre aumenta a taxa de acumulação destas alterações epigenéticas ao longo do processo de envelhecimento.

Em comunicado de imprensa, Susan Ozanne revelou que “o que é mais interessante é que estamos agora a começar a entender realmente como é que a nutrição durante os primeiros nove meses de vida pode moldar a nossa saúde a longo prazo, influenciando o modo como as células do nosso corpo envelhecem.” Assim, os investigadores reforçam a necessidade de as mulheres grávidas adotarem uma alimentação saudável e equilibrada durante a gravidez.